sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Desenhador de pistas

Acredito que qualquer adepto de desporto motorizado já se tenha divertido a desenhar o circuito ideal numa qualquer folha de papel. Se pertence ao grupo que nunca o fez, experimente. Virão à sua memória imagens das melhores curvas, dos melhores ângulos de televisão, daquelas ultrapassagens e das suas primeiras revistas de automóveis.

Quem desenhou os circuitos que conhecemos? Os primeiros circuitos conhecidos como tal não passavam de estradas públicas fechadas durante as corridas, ou circuitos citadinos (Mónaco ou Pau) cenários com segurança para público e pilotos nula. Outros circuitos nasceram em aeródromos abandonados, como muitos circuitos ingleses (Silverstone à cabeça), após a segunda guerra mundial. Com a crescente preocupação com os níveis de segurança e interesse comercial do desporto motorizado, principalmente a F1, os circuitos são desenhados de raíz e os circuitos mais antigos são continuamente alterados segundo novas normas ou simplesmente reservados para modalidades menos exigentes.

Uma pessoa nestes últimos anos surge como desenhador oficial de circuitos de F1, Hermann Tilke. Este alemão está à frente de uma empresa, a Tilke Engineering (http://www.tilke-ac.de/english.php) especializada na construção de infra-estruturas para desportos motorizados e a lista de projectos realizados e realizar é enorme! Uma boa percentagem das actuais pistas de F1 têm a sua autoria.

São pistas interessantes? Bom, para que está lá talvez, mas para quem assiste a uma corrida pela televisão….. não. São excessivamente “limpas”, “asseadas”, nem os planos televisivos ou fotográficos são interessantes. As corridas? Aí já há dúvidas. Há corridas desinteressantes, mas a culpa não é só do circuito. Quem vê (ou via) corridas em circuitos “tradicionais” como Spa, Mónaco, Suzuka, sabe o que eu quero dizer.

Parece que os circuitos são pensados principalmente por imperativos comerciais. Num número que já não me lembro, a revista Sport Auto (francesa) queixava-se que que as transmissões de televisão da F1 eram condicionadas pelo tempo de exposição da publicidade que está espalhada pelas curvas. Outro aspecto interessante, se consultarem os dados das corridas realizadas em novos ou recentes circuitos de F1 verão que o número de voltas anda entre as 56 e as 61, sendo a maioria destes circuitos da autoria de Hermann Tilke. Já não há circuitos como antigamente….
A abordagem americana é completamente diferente e não necessariamente pior. Ovais e circuitos de cidade. Que já assistiu a corridas americanas sabe que até são interessantes, embora se sinta sempre que há um défice tecnológico importante.


Algumas coisas interessantes:

  • O website http://www.etracksonline.co.uk/ permite consultar informações sobre pistas actuais e antigas, distribuida por todo o mundo. Ficam a saber que havia duas pistas no Zimbabwe!
  • Se querem experimentar pistas que já não existem, “comprem” o Grand Prix Legends, para muitos o melhor simulador de carros. Este jogo vem acompanhado por um editor de pistas, o que permitiu a uma comunidade de adeptos construir pistas reais, muitas já desaparecidas, e mesmo pistas imaginárias. Experimentem!